[1º ANO] Primeira Aula de Transfiguração

Sempre acordava cedo para ver o sol nascer, era um pequeno costume que cativava desde sua infância.  Agora, já adulta, este seu hábito podia se provar útil; dava-lhe tempo para programar sua aula sem perder seu precioso tempo de café da manhã.
Agora, pouco depois do horário de almoço dos estudantes, começava a repensar sua decisão. Estava não apenas cansada, mas também nervosa com sua primeira aula na tão imponente escola de magia.  Sua primeira aula seria com os mais novos e já repassara sua aula umas dez vezes antes de chegar à sala de aula.
Chegara alguns minutos adiantada, mas antes que percebera, os alunos já entravam, se assentavam e a encaravam como se esperassem que ela fizesse algo. Claro que esperam, sou a professora, pensou. Limpou a garganta e suspirou pesadamente.
- Boa tarde, classe. Sou sua nova professora de transfiguração, Gwen Klein Bäumler. Gostaria que inicialmente tivéssemos um momento de apresentações, para podermos nos conhecer um pouco melhor, certo? – ouviu uns murmúrios pela sala, grande parte concordando. – Ótimo.
Escutava atentamente os alunos, sabendo que deveria lembrar-se de todos os nomes. Os alunos mais empolgados contavam sobre suas matérias favoritas e hobbies e estaria mentido se dissesse que não adorava os ouvir.
Alguns minutos se passaram quando finalmente começou a introdução geral à matéria.
-Então. Transfiguração é uma das magias mais antigas conhecidas, praticada desde a Grécia Antiga. Consiste basicamente na arte de transformar a matéria, ou seja, manipular a forma de um objeto ou um ser através de um feitiço.  Em um campo mais avançado da transfiguração, também aprenderão a conjurar e fazer objetos desaparecerem. Poderão aprofundar mais nesse assunto no primeiro capítulo de seus livros. – explicou com um sorriso no rosto - Infelizmente, não teremos uma aula prática hoje.  Estudaremos o básico da transfiguração, a Lei de Gamp e suas exceções. Página 13. Acompanhem comigo, por favor. – concluiu, abrindo seu livro e, com sua varinha, encantando o giz de quadro para anotar o mais
importante do que dizia, de modo que ajudasse seus alunos.

Existem, no tocante a arte transfiguratória, cinco principais exceções à Lei de Gamp, legislação fundamental que versa sobre o que pode e o que não pode conjurar e transfigurar no mundo mágico:
– 1ª exceção: "a Comida"; ela pode ser convocada se a pessoa souber onde achá-la. Em meio a isso, a comida pode ser transformada e ter aumentada a sua quantidade; porém, não pode ser produzida comida "do nada".
– 2ª exceção: "o Ouro e os Elementos Preciosos"; eles podem ser convocados se a pessoa souber onde achá-los. Podem ser transformados, mas não podem ser duplicados, nem ter as suas quantidades aumentadas ou produzidos magicamente. Inclui-se também nessa regra o dinheiro de papel utilizado pelos trouxas.
– 3ª exceção: “os Animais Mágicos”; eles podem ser convocados se a pessoa souber onde achá-los. Não podem ser criados, duplicados ou transformados, embora haja a possibilidade de iludi-los ou fazê-los desaparecer - num tempo bem menor se comparado a um objeto comum.
– 4ª exceção: "os Objetos Animados"; eles podem ser convocados se a pessoa souber onde achá-los, podem ser criados (embora não duradouramente) e transformados. Determinados
objetos animados não podem desaparecer (a menos que seu surgimento não seja feita de forma natural).
– 5ª exceção: “os Seres Vivos”; não se pode
convocar um ser vivo, tão menos conjurar, duplicar ou desaparecer. Podem ser transformados ou criados a partir de uma ilusão. Não se ressuscita de forma plena um ser vivo, pois a mágica não pode levantar os vivos.

Ao termino da leitura, virou-se para seus alunos e percebeu que poucos realmente prestavam atenção. Pelo menos tentara, pensou ao revirar os olhos.
-Acho que nossa aula já está acabando. Passarei um trabalho então... Escrevam uma redação sobre as exceções à lei de Gramp.  E pesquisem dez feitiços úteis para a arte da transfiguração, podem ser de qualquer ano, desde digam seus nomes e os especifiquem. Por isso é só, até mais turma.
O sinal batera, mal acreditava que tinha passado tanto dever para alunos do primeiro ano. Saiu da sala, com peso na consciência.

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